Só um voto será necessário para eleger o prefeito ou prefeita de 213 municípios brasileiros em 2024.
Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que o número de municípios com candidatos únicos praticamente dobrou em relação a 2020: passou de 107 para o maior número registrado nas últimas sete eleições municipais.
A BBC News Brasil ouviu Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios, e o cientista político Eduardo Grin, da FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), sobre as razões para o recorde de candidaturas únicas nas eleições municipais deste ano.
"Em um contexto democrático, é importante que a população tenha mais de uma opção política. Isso permite que os cidadãos ponderem sobre os candidatos e, se necessário, punam o prefeito por uma má gestão. Uma candidatura única elimina essa possibilidade, pois, com votos suficientes, alguém pode ser eleito sem concorrência", diz Grin.
Regiões e perfis dos 'candidatos únicos'
O levantamento da CNM mostra que, nos municípios de candidatura única, 72% são candidatos à reeleição, enquanto nacionalmente esse percentual é de 55%.
Entre as cidades de candidato único, a média populacional encontrada foi de 6,7 mil habitantes, de Borá (SP), com 907 habitantes até Batatais (SP), com 58.402 moradores.
Avaliando os recortes regionais, o Sudeste concentra 68 das 213 cidades com candidaturas únicas (32%), seguido pela região Sul (66 candidaturas ou 31%), Nordeste (37 candidaturas ou 17%), Centro-Oeste (30 candidaturas ou 15%) e Norte (11 candidaturas ou 5%).
Na ausência de candidaturas plurais, Grin sugere que a sociedade busque criar suas próprias forças políticas mobilizando os grupos presentes nas pequenas cidades, como sindicatos, associações de bairro e movimentos sociais, para criar oposição e cobrar autoridades locais.
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